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04/05/2012

Rituais de iniciação mostram que nem tudo é válido para ser aceito

Existe a ideia de que há um adulto por trás disso, o que levará a uma investigação por autoridades competentes



Uma notícia chegou do Maranhão trazendo espanto. Em uma escola de São Luís, meninas adolescentes se submetem a sessões de tapas no rosto para tentarem entrar em um grupo da escola chamado “família”. O número de sopapos varia. No entanto, a reação é a mesma – todas sorriem ao apanhar.

Existe a ideia de que há um adulto por trás disso, o que levará a uma investigação por autoridades competentes. Pode ser. Esse tipo de coisa, no entanto, parece ter saído da cabeça de um adolescente, que funciona como um líder. Todo grupo tem um. No caso, ele é negativo e não cuida bem de seus membros, fazendo com que eles se submetam à humilhação e à violência.

Se por um lado ele é negativo, por outro mostra perspicácia. Conhece bem as necessidades dos adolescentes – de encontrar um grupo que, de certo modo, substitua sua família. Não por acaso o nome do grupo é “família”.

Nessa época da vida, as pessoas se encontram muito confusas. Há muitas coisas para serem resolvidas e que levam para uma autonomia cada vez maior. Tornar-se autônomo também é ser mais independente de seus pais. Algo que é bastante sofrido, pois essa independência é ao mesmo tempo desejada e temida, tornando a convivência familiar mais complicada. Não que os adolescentes não queiram mais sua família, mas precisam bater asas.
Seguindo esse caminho natural, esses jovens necessitam de outras pessoas com as quais possam se identificar até encontrarem o seu jeito de ser. Tendem a se agrupar entre iguais como modo de se sentirem mais seguros. Geralmente, eles se reúnem por terem algo em comum. Como, por exemplo, um esporte. Ou os próprios amigos do colégio que compartilham o mesmo gosto musical. Alguns se refugiam em comunidades religiosas. Há aqueles que usam roupas diferentes que representam movimentos culturais, e por aí vai.

Às vezes surgem os ídolos, como um astro da música ou um jogador de futebol. Eles ganham ares de divindade e são seguidos em tudo o que dizem ou fazem. Aí problemas podem existir, porque nem todo ídolo pode ser copiado.

Assim como nem todo grupo deve ser seguido. Principalmente aqueles em que exigências são feitas para que se possa participar, envolvendo humilhações e maus tratos.

O espanto está principalmente no porquê dessas meninas se submeterem a isso. Muito provavelmente se deve ao fato de precisarem se sentir aceitas e acolhidas. Por falta de amor próprio, por não se sentirem merecedoras de serem amadas, fazem qualquer coisa para garantir aceitação e acolhimento.

A adolescência é um momento em que o grupo tem uma importância fundamental. Infelizmente, no caso do Maranhão e de muitos outros, o líder não soube cuidar bem de seus membros.
Fonte: Globo.com

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